Para quem acha que os aeroportos internacionais de Minas Gerais _ Confins em Lagoa Santa, próximo à Belo Horizonte, e Goianá, obra inacabada perto de Juiz de Fora _ não têm solução, o aeroporto internacional de Montreal-Mirabel no Canadá talvez seja um bom estudo de caso. Construído no final dos anos 60 pelo ex-Primeiro Ministro Pierre Trudeau, o aeroporto de Montreal-Mirabel custou cerca de 1 bilhão de dólares. Esperavam-se 50 milhões de passageiros/ano, mas o máximo atingido foi de apenas 3 milhões. Desativado recentemente, em 31 de outubro próximo o lugar vai a leilão e deve virar um cassino! No caso de Confins, o aeroporto é subutilizado e a pouca utilização que tem é forçada pelas autoridades, que se pudessem mandavam Belo Horizonte crescer até envolver Lagoa Santa e Pedro Leopoldo. No caso de Goianá, a obra nem ficou pronta por falta de verbas, e talvez justamente por falta de justificativas, paradoxalmente se inventou um distrito anexo, chamado de Business Park. Como se não bastasse a quantidade de obras complementares necessárias para o funcionamento desse tipo de aeroporto (estradas etc), os projetos são tão megalomaniácos quanto ingênuos pela falta de boas análises urbanas, e pela desconsideração com a evolução tecnológica _ ao contrário do que imaginava a ficção científica dos projetistas políticos de aeroportos, os novos aviões são menores, mais baratos e mais eficientes, e os aviões maiores pousam em aeroportos cada vez menores.

a única imagem panorâmica encontrada do aeroporto de Montreal-Mirabel foi de um jogo eletrônico simulador de voos